
Porque fomos a uma consulta de Otorrinolaringologia?
Para quem me segue através das redes sociais, particularmente no Instagram, sabe que na quinta-feira passada fomos a uma consulta de Otorrinolaringologia (ORL) com o Henrique. Recebi dezenas de mensagens a perguntar o que se passava e se estava tudo bem.
Está tudo bem e agradeço desde já todo o carinho. Mas, decidi falar-vos hoje sobre este assunto porque muitos de vocês podem estar na mesma situação e a pensar qual o caminho a seguir.
Então, qual o motivo para levar um bebé, saudável e sem queixas físicas a uma consulta de Otorrinolaringologia?
O pequenote cá de casa tem 21 meses. E ainda não está muito virado para falar. Ou melhor, fala a linguagem dele mas diz pouco mais de 10 palavras simples e tudo monossílabas. Basicamente só nós pais é que o compreendemos. Produz alguns fonemas (p, b, m, t, d e vogais) mas ainda com muita dificuldade em formar palavras.
Ora bem… posto isto e sendo eu Terapeuta da Fala, não poderia estar mais alerta e mais consciente das suas dificuldades ao nível da linguagem expressiva.
Ele é ótimo na compreensão da linguagem (vulgarmente conhecido como: “compreende tudo”), na comunicação por gestos e espetacular na área motora (correr, saltar, pular, jogar à bola…de facto é isso que ele gosta mesmo!) Resumindo: Desenvolvimento óptimo a todos os níveis (cognitivo, motor, comunicacional…) mas com linguagem oral menos desenvolvida.
Mas, como eu não quero ficar com “macaquinhos”, e em conversa com uma amiga também ela TF, foi sugerida uma consulta de ORL com uma médica que digo-vos já super querida, amorosa e mega atenciosa com os pequeninos. E lá fomos nós à consulta na 5ªf. Segundo a médica preciso apenas de estar atenta (coisa que já estou) mas não alarmada. Porque não há nenhum indício de que possa estar a ouvir mal ou neste caso, a não percecionar corretamente os sons da fala. No entanto iremos realizar um timpanograma para tirarmos as dúvidas.
E agora vocês devem estar a perguntar: Mas sendo a Sofia terapeuta da fala não seria expectável que com a estimulação em casa ele estivesse mais desenvolvido nesta área?
Bela questão mas… eu sou a MÃE do Henrique. Não a sua terapeuta. Claro que há brincadeiras com estimulação à mistura. Claro que estou super atenta a todos os sinais. E, de facto nem só falar é comunicar. Ele é super expressivo, comunica imenso com gestos e vai dizendo as suas palavrinhas. E isso deixa-me super descansada e toda babada ao mesmo tempo.
Mas, na realidade começo a achar mesmo que ele se enquadra num “quadro” de Late Talker. Sabem o que é? Vou-vos deixar um artigo brevemente sobre este tema.
Quando fizermos o timpanograma e soubermos os resultados, partilho convosco! Vamos mesmo esperar que esteja tudo bem e que não passe de uma etiologia sócio-ambiental tendo em conta o raio da pandemia que não nos deixa e as limitações da nossa liberdade.
A minha reflexão sobre tudo isto: Tem 21 meses. Desde que nasceu que está 98% do tempo com os pais e os outros 2% com os avós. O ano passado ainda fomos conseguindo sair, passear, de férias…mas praticamente desde Setembro que estamos enfiados em casa por conta do bicho. Por isso, estimulação ambiental muito pouca. Estimulação com pares da mesma idade, nula. E assim sendo, porque é que ele irá querer falar se todos o compreendem cá em casa e se tem tudo ao seu alcance?
Vamos dar tempo e aproveitar cada fase sem dramas. E se tiver de ir para a TF irá. Sem problema algum.
Desse lado como está a linguagem dos vossos príncipes e princesas?