
Outubro, regresso à escola, narizes ranhosos!
Na chegada do Outono é recorrente que os nossos bebés comecem a ficar com os narizes cheios de ranho, e por vezes com aquela tosse bem chata que parece não os largar.
Consequência?
Bebés mais irrequietos, desconfortáveis, por vezes com mais dificuldade em adormecer e em comer (mamar ou beber o biberão).
A produção de ranho (ou muco) é um mecanismo de defesa do nosso corpo para expulsar os invasores, como por exemplo, os vírus.
No entanto, os bebés não conseguem fungar nem se assoar, e também não conseguem tossir de forma eficaz. E por isso precisam da nossa ajuda para eliminar as ranhocas e assim prevenir as temidas bronquiolites (são tão conhecidas nossas, não são?).
Como o podemos fazer?
– Lavagem nasal: Fundamental!!! Seja com a seringa ou com as unidoses de soro fisiológico é crucial fazer uma lavagem nasal eficaz e frequentemente de forma a evitar a acumulação de secreções nos seios perinasais. Idealmente deve realizar antes do seu bebé comer e antes de ir dormir para ter um sono mais tranquilo.
– Elevar a cabeceira da cama do bebé. Quando está deitado no seu berço é normal que o bebé acumule na garganta as secreções e isso faz com que a tosse seja mais frequentemente o que o pode ser notório na respiração mais “pesada”.
– Hidrate bastante o seu bebé. Fraccione as refeições, pois é absolutamente normal que o bebé não tenha tanto apetite ou se canse mais rapidamente enquanto está a mamar. Não force.
Devemos procurar a fisioterapia respiratória para:
– Avaliar o bebé e perceber se este precisa de ajuda na eliminação das secreções, que é realizado através de manobras não invasivas.
– Ensinar os pais a realizar uma lavagem nasal eficaz.
No fundo a fisioterapia respiratória é uma excelente ferramenta pois auxilia na eliminação das secreções eficazmente de forma a prevenir as infeções respiratórias ou para ser um tratamento coadjuvante quando a infeção se encontra já instalada.
E quando é imprescindível procurar ajuda?
É crucial procurar ajuda se o bebé tiver:
– Farfalheira
– Pieira
– Dificuldade respiratória (visível através das famosas “covinhas” nas costelas – tiragem costal)
– Diminuição brusca do apetite
– Prostração
– Dificuldade em dormir à noite
Este é um tema que dava “pano para mangas” como se costuma dizer.
No entanto, espero que fique retido a importância da prevenção através da lavagem nasal frequente e de que é fundamental procurar ajuda se não o conseguir ou não saber fazê-lo ou se o bebé tem algum dos sinais de alarme referidos anteriormente. E que a fisioterapia respiratória é uma importante ferramenta para os nossos bebés fugirem a sete pés das famosas bronquiolites tão recorrentes neste período do ano.