
Educar com Respeito é Educar com Amor
Educar um filho é de certo das coisas mais desafiantes na vida de um adulto. E nos tempos que correm ainda mais. Queremos ser sempre mais e melhores, bombardeando-nos com informações sobre tudo e mais um par de botas que nos chegam de tantos lados e, parece que ainda assim, vivemos diariamente com setas apontadas à espera do erro que vamos cometer com os nossos filhos para sermos julgados e criticados por outros. Muitas das vezes isto também acontece porque somos nós, que sem nos apercebermos e sem qualquer maldade damos azo a que isso aconteça com o que expomos.
Quem disse que ser mãe/pai é fácil? Ninguém na verdade. Até porque quem o dissesse estaria a mentir.
Há pessoas para quem a tarefa da parentalidade é levada como um modo ou estilo de vida de uma forma super natural e há pessoas que precisam de um bocadinho mais de ajuda para notarem a naturalidade das coisas. E está tudo certo!
Quando nós (mulheres) estamos grávidas, achamos que o mais difícil das nossas vidas vai ser o parto. Depois quando parimos, apesar de termos a certeza que foi algo gigantesco, percebemos que se calhar o mais complexo e/ou mais doloroso é a amamentação. Depois pensamos melhor e difícil difícil é compreendermos os nossos pequenos até porque não trazem manual de instruções – o que é uma chatice por vezes!
Entretanto já nos esquecemos das dores do parto…
Afinal não…esperem…o mais difícil são as noites intermináveis sem dormir porque passam o tempo a acordar porque querem o nosso aconchego, ou porque querem comer, ou porque estão com cólicas ou outro desconforto…a mais temida, a privação de sono!
Não é por acaso que se diz que ser mãe/pai a tempo inteiro é o equivalente a ter vários trabalhos em simultâneo com a diferença de que não há fins-de-semana, feriados ou férias e é intensivo durante 24horas/7dias por semana!
Depois começam a crescer, a gatinhar, a andar e precisamos de ter vinte olhos em cima deles porque a fase das “asneiras” está a chegar.
Entretanto chega a fase da entrada para a creche. Outro desafio. Adaptações, doenças semanais, gestão da dinâmica familiar que fica mais impactada, no fundo todo um novo mundo (again)!
A seguir vem a fase das birras. Oh Deus, as birras. Os chamados “terrible two” que não é nada mais nada menos do que a criança a aprender a expressar as suas emoções, a definir a sua personalidade e no fundo a procurar ajuda de alguém que acolha os seus sentimentos e que lhes dê uma voz!
E é aqui que, enquanto mãe e falando na 1ª pessoa sinto que está a ser o meu maior desafio de todos! As birras. Apesar do Henrique ter 3 anos – quase 4 na realidade – e já expressar verbalmente o que sente, ainda são notórias várias birras de forma a fazer prevalecer as suas vontades. E eu, que me considero uma mãe muito atenta, a tentar todos os dias melhorar enquanto mãe, adepta da parentalidade positiva (e assertiva), deito-me todos os dias com o sentimento que podia ter gerido tudo de forma diferente e mais empática.
Somos perfeitos?
A verdade é que ninguém é perfeito. Não há mães/pais perfeitos. Como eu costumo dizer, sou imperfeita na minha perfeição. Porque tenho a certeza que para o meu filho sou a melhor de todas.
Há dias em que preciso de espurgar. Que me apetece gritar e a fazer uma grande birra de me mandar para o chão. Mas não posso. Porque eu sou a adulta da relação e preciso de me conseguir auto-regular para ajudar o pequeno a regular-se também. Mas acreditem…por vezes é tão difícil!
Ainda assim, se colocarmos AMOR em tudo o que fazemos, tudo fica mais fácil! Não estou aqui para romantizar nada. Não gosto que o façam comigo e não gosto de o fazer aos outros.
Mas se todos os dias refletirmos sobre o nosso posicionamento enquanto pais e percebermos que aquele ser que temos à nossa frente é uma pessoa com os seus gostos próprios e com as suas características e necessidades individuais vamos perceber que apenas precisa do nosso amor e da nossa presença mais do que tudo na vida!
Todas as fases são complicadas cada uma à sua maneira. E a verdade é que é uma fase, atrás de outra fase, atrás de outra mas a verdade também é que tudo faz parte. E ainda bem que assim o é.
Um dia vamos ter saudades disto tudo!
Por isso, eduquemos com amor, com tempo de qualidade, com empatia, para criarmos crianças felizes e que elas próprias saibam também retribuir-nos com o seu amor!
Photo by: I Heart You