Diário da Mãe

Dia do Pai – Um ano de confinamento

Este é um dia que é celebrado por todo o mundo e apesar de cada País ter o seu dia, em Portugal é festejado no dia 19 de Março, derivado a referências bíblicas (Dia de São José – Pai adotivo de Jesus). Não sou um Pai que tenha qualquer afinidade com a religião, muito pelo contrário, acho que acabamos muitas vezes a celebrar estes dias pelo espírito consumista que a sociedade nos impôs, do que realmente a verdadeira essência do dia.

Como filho, celebro especialmente este dia porque o meu querido Pai celebra também o seu aniversário. Lembro-me em criança das atividades que fazíamos na creche/infantário com o apoio das auxiliares/educadoras. Hoje como pai, ao recordar as lembranças que oferecia ao meu pai que este religiosamente guardou com tanto carinho, faz-me recordar o quanto era feliz naquele tempo, por não me preocupar com mais nada do que cumprir as ordens que me davam.

Felizmente acabamos por vestir o papel de Pai e apesar da relação ser diferente o amor é idêntico. Orgulhamo-nos quando alguém pergunta ao nosso filho “Onde está o Pai?”, e de forma humilde e genuína aponta para nós fazendo aquele sorriso feliz. Ou quando, por exemplo ajudamos o nosso filho a vestir e sem lhe pedirmos nada nos dá aquele abraço do fundo do coração.

Fez um ano esta semana que entrámos em confinamento e que descobrimos uma nova forma de viver como família. Não fazendo comparações se esta nova forma de vida é ou não mais difícil enquanto Pai, é na minha opinião mais desafiante.

Os dias deixaram de ser a monotonia habitual de acordar cedo, preparar as coisas da manhã para ir para o trabalho, regressar ao final do dia e aproveitar o tempo restante para fazer as brincadeiras com o nosso filho, pouco antes do ritual do banho e do jantar. Atualmente os dias são “uma aventura”, a única rotina em casa é a hora de acordar, das refeições e a hora de deitar. Ter um filho em casa 24 horas por dia, 7 dias por semana, obriga a descobrir novas formas, não só de o entreter, mas de garantir que a relação entre Pai e Filho nos une cada vez mais. Esta nova forma de viver o dia-a-dia obrigou também a uma melhor gestão de tempo entre a vida familiar e a vida profissional. Quando antigamente o horário de trabalho estava bem definido e isolado das responsabilidades associadas à vida familiar, hoje tudo é diferente. Os tempos de pausa para o café com os colegas do trabalho foram substituídos por uma saída com o nosso filho porque ele também precisa de esticar as pernas e está um lindo dia de sol. Ou o passeio higiénico depois da hora de almoço para ajudar na digestão enquanto observávamos as montras na rua, foi substituído pela divisão de tarefas familiares como por exemplo arrumar a casa ou colocar o nosso filho a fazer a desejada sesta.

Este novo tempo fez nos reinventar como Pais, mais próximos dos nossos filhos, mais atentos às necessidades diárias deles e felizmente com mais tempo para as nossas brincadeiras (e para recebermos sorrisos maravilhosos). Os tempos dificilmente voltaram a ser iguais aos de antigamente (pré-pandemia), quem sabe no meio de tanta coisa má não conseguimos ver pontos positivos. Por fim despeço-me de todos os pais e mães que aguentaram (e continuam a aguentar) este barco durante este ano tão desafiante mas com a certeza de que é o AMOR que nos suporta.

E, com pandemia ou sem pandemia, ser Pai é mesmo o melhor do mundo!

Por: António Matos – o Pai do Henrique

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