
Assunto: Creche!
Sei que este pode ser um tema um tanto ou quanto polémico por tantas opiniões divergentes que se têm acerca dele. Ainda bem. É assim que crescemos e aprendemos. Com debates construtivos.
Bem, quem me conhece sabe bem o quanto eu adiei este tema na altura de escolher uma creche para o Henrique quando eu voltasse ao trabalho. Ou seja, ao fim de nove meses de licença de parentalidade teríamos de ter uma nova rotina. Não sei se foi por eu nunca ter frequentado a creche (fiquei sempre com os meus avós maternos) que este assunto para mim era quase “tabu”. Mas tinha de deixar de ser.
E, quatro meses antes de regressar ao trabalho, lá fomos procurar um local que nos enchesse as medidas e, claro, comportável para nós financeiramente. Encontrámos! Ao fim de algumas visitas a diversos espaços, encontrámos uma creche muito agradável, clean, arejada, com um parque exterior de diversões e acima de tudo com pessoas amorosas a tratar dos pequeninos. Eu que sou a “Maria ansiosa” por incrível que pareça fiquei muito tranquila com o que vi.
Chegou o dia! O 1º dia de creche. Estávamos em meados de Janeiro 2020. Os papás foram deixar o seu menino num sítio que, apesar de termos confiança, nos era totalmente desconhecido.
Fizemos uma semana de adaptação e correu lindamente! Ponto negativo: O Henrique não conseguiu fazer uma única sesta na creche… Não havia meio de dormir. Nem no berço, nem no colo das auxiliares…tal não devia ser a excitação! Essa parte sim, foi um filme!
Semana seguinte…bebé doente. Uma semaninha em casa com maleitas apanhadas por lá. Ok, tudo bem. Não foi nada de muito especial. Mas, se para mim a ida para a creche já era tema que me deixasse sem dormir, então começar a perceber que ia para lá e ficava logo doente, nem imaginam…
Voltámos novamente à nossa rotina. Mais uma semana de creche e mais uma semana em casa. Doente. Again.
Calma! Eu sei que os bebés adoecem mesmo sem irem para a creche. Já tivemos todas essas experiências por aqui. Mas a entrada na creche coincidiu também com o nascimento dos dentinhos e foram semanas assim meias complicadas. Mas tudo passou!
Até que, ao fim de umas semanas a coisa lá se compôs e começámos a desfrutar. Quando comecei a perceber “afinal de contas não é assim tão mau como parece” veio a pandemia!
Lá ficou o pai em casa com ele para a mãe poder ir trabalhar. Como profissional de saúde a trabalhar num hospital, teria mesmo de me apresentar ao serviço. Não havia como não o fazer. Até que chegou o dia em que o pai disse: “Tenho mesmo de voltar ao trabalho porque estão a precisar de mim”. E agora? Escolas e Creches fechadas! Estado de emergência! Como é que vamos fazer? Ok, há sempre soluções. Mãe fica em casa de licença sem vencimento.
“Isto é apenas uma decisão pessoal, familiar e que vamos manter até assim o entendermos”
Estamos em Setembro e ainda não voltei ao trabalho. Sabem porquê? Porque se eu já tinha questões pessoais com a creche anteriormente, agora com a treta do COVID ainda mais. Percebo que está tudo a ser feito com a maior segurança possível e não há palavras para agradecer a todos os Educadores de Infância, Professores, Auxiliares e demais pessoal técnico que tudo faz para que as nossas crianças se sintam o melhor possível e que tentam ao máximo minimizar os “estragos” do COVID. Isto é apenas uma decisão pessoal, familiar e que vamos manter até assim o entendermos.
Se saímos? Claro que sim. O Henrique não vive em nenhuma bolha. Mas enquanto puder estar sob a minha “asa” assim estará. Se sou super-protectora? Não, de todo (ou pelo menos tento não ser!). Se ele pode apanhar doenças e até mesmo o raio do corona sem ir à creche? Óbvio! Não vamos ficar em casa para sempre? Claro que não. Temos de aprender a viver com esta nova “normalidade”? Claro que sim.
Mas… Para o próximo ano logo se vê! A creche está lá no mesmo sítio e não foge. E eu estou a adorar poder acompanhar todo o desenvolvimento dele. Neste momento estou a aproveitar o melhor de dois mundos: Ficar com o Henrique em casa e iniciar este novo projeto maravilhoso!
Não foi uma decisão nada fácil. Nada disto foi feito de ânimo leve. Tudo isto foi falado com a Educadora de Infância, com a Pediatra e claro, em família. Mais do que nunca vivemos um dia de cada vez!
Now I’m a stay at home mom darlings!
One Comment
Dina
Olá,
Para mim nem se colocou esta questão, era uma necessidade…
A dúvida foi creche ou ama?
E optamos por ama. Porquê?
Menos crianças, um acolhimento muito familiar. Aos 4 meses lá foi ele e ficou até à entrada no jardim de infância 3 anos e 8 meses.
Fez-lhe falta a creche? as atividades que lá se desenvolvem?
Na minha opinião, neste período de desenvolvimento o mais importante é a exploração natural com o acompanhamento dos pais.
Atualmente tudo é cada vez mais precoce…os pais querem que as crianças aprendam a ler no jardim de infância que saibam nadar antes dos 3 anos etc…e fogem ao ritmo natural.
Mas claro, a decisão será sempre da família.
Fiquem bem